terça-feira, 29 de janeiro de 2013

VENENO DA JARARACA PODERÁ AJUDAR NO TRATAMENTO DE PARKINSON E TROMBOSE

Dois grupos brasileiros isolaram moléculas do veneno da serpente e descobriram aplicações para
combater doenças neurodegenerativas e ligadas à coagulação do sangue.


A picada de uma serpente pode ser fatal.No caso da jararaca,umas das cobras mais venenosas da
fauna brasileira,as toxinas podem causar paralisia,hemorragia e falência dos rins.Porém,2 grupos
de pesquisa brasileiros,um da universidade de São Paulo(USP)e outro da universidade federal do
Rio de Janeiro(UFRJ),estão ajudando a amenizar a má fama do bicho.Eles descobriram que subs-
tâncias presentes no veneno da jararaca podem ajudar no tratamento de doenças como Parkinson
e a trombose.As descobertas foram apresentadas na feSBA 2011(reunião anual da  federação   dsociedade de biologia experimental)que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 24 a 27 de 08
(Agosto).O primeiro trabalho,chefiado pelo biólogo alemão Henning Ulrich,da universidade  de
São Paulo,mostra que a molécula presente no veneno da jararaca,o BPP,indiretamente pode ajudar
a estimular a formação de células nervosasno cérebro.Isso quer dizer que doenças degenerativas,
como Parkinson têm chances de serem tratadas com a substância.O outro estudo,coordenado pela
professora Lina Zingali,da UFRJ,descobriu substâncias isoladas do veneno da jararaca podem ajudar
no tratamento de doenças ligadas à coagulação do sangue,como a trombose.

DOENÇAS DEGENERATIVAS-Em 1949,o cientista brasileiro Rocha e Silva isolou uma molécula
de altissima concentração no veneno da jararaca,o BPP,e descobriu que ela ajudava a reduzir a pressão arterial.A descoberta brasileira serviu de base para o desenvolvimento do medicamento
Captopril,que combate a hipertensão.O BPP ativa a substância do sangue chamada de bradicinina.
Essa molécula está associada com a redução da pressão arterial e processos inflamatórios no organis-
mo.É uma substância presente em todos os mamíferos.O estudo das funções da bradicinina sobre a
formação de neurônios começou em 2001,quando Ulrich foi contratado como docente da USP.
A partir dái,Ulrich,junto com a cientista Telma Schwindit,e os doutorandos Cleber Trujillo e Henrique Martins perceberam que a bradicinina era capaz de ativar células-tronco presentes no cérebro"essas células amadurecem e formam novas ligações nervosas quando há algum dano neural",
disse o biólogo alemão,em bom português.Isso quer dizer que degeneração de células nervosas causa-
das por doenças como Parkinson e por derrames,explica  Ulrich,pode ser combatida com a molécula
do veneno da jararaca.Contudo,os cientistas ainda não realizaram estudos nesse sentido.A equipe de
Ulrich percebeu também que,em ratos que sofreram derrame,a bradicinina ajudou a impedir a morte
das células saudáveis.O tratamento em humanos,contudo, ainda está longe.Ulrich explicou que a pes-
quisa precisa migrar dos modelos animais para humanos,e um tratamento pode demorar até 10 anos
para virar realidade.

DESCOAGULANTE-Outra pesquisa,coordenada pela professora Lina Zingali do instituto de bio-
quimica médica da UFRJ,isolou duas moléculas do veneno da jararaca,chamadas jarastatina e a
Jararacina.Essas substâncias fazem parte de um grupo de moléculas chamado desintegrina,capazes
de prevenir a coagulação do sangue.Os pesquisadores queriam encontrar quimicos que não causassem
tantos efeitos colaterais quanto os atuais remédios que combatem as doenças ligadas à coagulação
sanguinea,como a trombose.As duas moléculas isoladas pelo grupo da UFRJ foram capazes de inibir
o acúmulo de plaquetas em amostras de sangue humano.Quanto maior a dose de Jarastatina e a outra
Jararacina,maior a coagulação sanguinea.Das duas,a Jararacina é a mais potente.A utilização das mo-
léculas do veneno da jararaca em remédios para seres humanos ainda pode demorar.Os resultados da
pesquisa mostram que,no laboratório,as substãncias podem ajudar pessoas com trombose,mas é preciso realizar testes em animais.Em seguida,seriam feitos os testes com humanos.A equipe precisa
saber qual dose pode ser tolerada pelo organismo das pessoas e se haverá efeitos colaterais.
Os resultados foram publicados no periódico ARCHIVES OF BIOCHERMISTRY AND BIOPHYSICS.


Matéria retirada da revista VEJA

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George Stephenson Batista em trabalho de campo.

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