Fig.64 Paederus sp.(foto:R. Moraes)
Coleópteros de Importância Médica
No Brasil,são descritos os acidentes por besouros do gênero Paederus(Coleoptera,Staphylinidae)nas regiões Norte,Nordeste e Centro-Oeste e pelo gênero Epicauta(Coleoptera,Meloidae)no Estado de São Paulo.
O gênero Paederus(potó,trepa-moleque,péla-égua,fogo-selvagem)compõe-se de pequenos besouros de corpo alongado,medindo de 7 a 13 mm de comprimento(fig. 64);possuem élitros curtos,que deixam descoberta mais da metade do abdome.Vivem em lugares úmidos,arrozais,culturas de milho e algodão.
Cinco espécies de Paederus são associadas a acidentes humanos no Brasil: Paederus amazonicus,Paederus brasiliensis,Paederus columbinus,Paederus fuscipes e Paederus goeldi.
São espécies polífagas,predadoras de outros insetos,nematódeos e girinos.Quando molestados,os adultos se defendem com as mandíbulas,tentando morder,ao mesmo tempo em que encurvam o abdome,provavelmente também para acionar a secreção das glândulas pigidiais.
As denominações de potó-grande,potó-pimenta,papa-pimenta,caga-fogo e caga-pimenta provavelmente correspondem ao gênero Epicauta(coleoptera,Meloidae),as cantáridas do novo mundo(fig.65),também dotadas de propriedades vesicantes(atribuidas à cantaridina)sendo causadoras de lesões menos evidentes,que regridem em cerca de três dias.
Ações do Veneno
A hemolinfa e a secreção glandular do potó contêm uma potente toxina de contato,denominada Pederina,de propriedades cáusticas e vesicantes.Trata-se de uma amida cristalina,solúvel em água e no álcool,de ação inibidora do DNA que atua em nível celular por bloqueio da mitose.Adultos,ovos e larvas de Paederus contêm a toxina,mas a dermatite produzida pelas fêmeas é mais grave,sugerindo alguma relação com o sistema reprodutor feminino.Duas outras amidas cristalinas,a pseudopederina e a pederona,já foram também isoladas da hemolinfa de Paederus.
A dermatite provocada pelos dois grupos é semelhante e o tratamento deve ser feito à base de pomadas com corticosteróides e uso de antibióticos quando aparece infecção bacteriana secundária.
Matéria retirada do Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos
Ministério da Saúde-Fundação Nacional de Saúde
Brasilia-1999
Animais Peçonhentos
Auto,Hélvio José de Farias
-Maceió: EDUFAL,1999
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